terça-feira, 2 de outubro de 2012

A greve mostrou que com mobilização é possível vencer

Trecho do artigo de Jaury Chagas publicado no site da CSP/Conlutas. Leia aqui o texto completo.
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Apesar do acordo insuficiente, do controle quase absoluto que a CUT tem sobre a maioria dos sindicatos de bancários do país (cerca de 90% das entidades sindicais têm direções cutistas à frente) e da audácia das manobras com as quais seus sindicatos enterraram o movimento, alguns episódios desta greve mostraram que com mobilização os trabalhadores podem superar todos esses obstáculos.
Em Belém, os trabalhadores do BANPARÁ (Banco do Estado do Pará) aprovaram no encontro específico da categoria um índice de reajuste de 15%, contrariando o sindicato (dirigido pela CSD/CUT), que inclusive protocolou junto ao banco uma pauta com reajuste de 10,35% (o mesmo apresentado para a FENABAN). E mesmo começando a greve antes do calendário nacional definido pela CONTRAF/CUT, os trabalhadores conseguiram o mesmo acordo fechado nacionalmente, mas com anistia total dos dias parados.
Os bancários da Caixa Econômica Federal também deram uma demonstração de força. Na noite do dia 26/09, quando a CONTRAF/CUT já tinha orientado a aceitação da proposta e o fim da greve, os trabalhadores derrotaram as direções sindicais nos maiores e na maior parte dos sindicatos do país, aprovando a continuidade da greve. Lamentavelmente, no dia seguinte, os sindicatos da CUT chamaram assembléias “relâmpagos” e, numa operação unitária com a direção da Caixa, lotaram as assembléias de gestores, acabando de vez com o movimento.
Apesar dessa ação vergonhosa da CUT, ficou a lição de que quando os trabalhadores agem coletivamente, é possível vencer os banqueiros, o governo e inclusive os agentes do movimento que se colocam a serviço dos patrões. Isto precisa ser resgatado nas próximas mobilizações e só desse modo os trabalhadores podem impedir as traições dos sindicatos da CUT.

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