Trecho do artigo de Jaury Chagas publicado no site da CSP/Conlutas. Leia aqui o texto completo.
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Apesar do acordo
insuficiente, do controle quase absoluto que a CUT tem sobre a
maioria dos sindicatos de bancários do país (cerca de 90% das
entidades sindicais têm direções cutistas à frente) e da audácia
das manobras com as quais seus sindicatos enterraram o movimento,
alguns episódios desta greve mostraram que com mobilização os
trabalhadores podem superar todos esses obstáculos.
Em Belém, os
trabalhadores do BANPARÁ (Banco do Estado do Pará) aprovaram no
encontro específico da categoria um índice de reajuste de 15%,
contrariando o sindicato (dirigido pela CSD/CUT), que inclusive
protocolou junto ao banco uma pauta com reajuste de 10,35% (o mesmo
apresentado para a FENABAN). E mesmo começando a greve antes do
calendário nacional definido pela CONTRAF/CUT, os trabalhadores
conseguiram o mesmo acordo fechado nacionalmente, mas com anistia
total dos dias parados.
Os bancários da Caixa
Econômica Federal também deram uma demonstração de força. Na
noite do dia 26/09, quando a CONTRAF/CUT já tinha orientado a
aceitação da proposta e o fim da greve, os trabalhadores derrotaram
as direções sindicais nos maiores e na maior parte dos sindicatos
do país, aprovando a continuidade da greve. Lamentavelmente, no dia
seguinte, os sindicatos da CUT chamaram assembléias “relâmpagos”
e, numa operação unitária com a direção da Caixa, lotaram as
assembléias de gestores, acabando de vez com o movimento.
Apesar dessa ação
vergonhosa da CUT, ficou a lição de que quando os trabalhadores
agem coletivamente, é possível vencer os banqueiros, o governo e
inclusive os agentes do movimento que se colocam a serviço dos
patrões. Isto precisa ser resgatado nas próximas mobilizações e
só desse modo os trabalhadores podem impedir as traições dos
sindicatos da CUT.
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