sábado, 24 de maio de 2014

BOLETIM

TODA SOLIDARIEDADE À GREVE DOS VIGILANTES!
ELES TAMBÉM MERECEM CONDIÇÕES DE TRABALHO DIGNAS!

                 Os vigilantes do município do Rio de Janeiro estão em greve desde o dia 24 de abril. A categoria reivindica 10% de reajuste salarial, aumento do vale refeição de R$ 11 para R$ 20, adicional para vigilantes que trabalharão na Copa no valor de R$ 180 ao invés dos R$ 100 proposto pela patronal, além do pagamento do adicional de 30% de periculosidade que é direito da categoria conforme lei sancionada em Dezembro de 2012. Há greves em outros municípios do Estado. Na cidade do Rio, a greve tem tido adesão principalmente na Zona Sul, Centro e Barra da Tijuca, com participação de vigilantes de base nos piquetes em agências bancárias.
           Os vigilantes do Rio têm uns dos piores pisos do Brasil, de R$ 987,00. Outros estados de mesmo porte econômico, como São Paulo e Distrito Federal, possuem pisos no mínimo 20% maiores. Esta defasagem é mais grave quando observamos os altos índices de violência pelos quais a cidade do Rio de Janeiro é conhecida, o que expõe os vigilantes a uma atividade profissional de alto nível de periculosidade, e o elevado custo de vida, reflexo da especulação imobiliária e da inflação dos alimentos e outros itens essenciais. Trabalhando para empresas terceirizadas, não possuem qualquer estabilidade no emprego, estando sujeitos a demissões repentinas, a empresas de fachada que desaparecem e abrem falência deixando direitos, como o FGTS, sem serem pagos. Nos últimos meses, por exemplo, duas empresas de vigilância que prestavam serviços ao BB (CJF e Protex) estavam constantemente atrasando o pagamento dos salários e direitos e tiveram os contratos com o banco rescindidos.
             Para os vigilantes que trabalham em bancos há alguns agravantes: condições de trabalho precárias, longas jornadas de trabalho, muitas
vezes sem rendição para almoço. Salários atrasados e desvios de função, pois muitas vezes é exigido que exerçam outras funções como ajudar no hall de atendimento, distribuindo senhas e ajudando clientes. Especificamente nas greves, muitos são ameaçados de substituição/demissão caso participem do movimento. E, para piorar a situação, muitos sindicatos de vigilantes são patronais, pois vários dirigentes possuem relações com empresas de vigilância. Isso dificulta, ainda mais, a organização destes trabalhadores.
             Mais do que nunca é importante apoiarmos ativamente todas as greves que estão em curso em nossa cidade: professores, rodoviários, servidores públicos federais e vigilantes. As greves em curso indicam que a disposição de luta presente depois das manifestações de junho está longe de acabar.
Nós, bancários da CSP-Conlutas, entendemos ser fundamental o apoio e a unificação de todas as lutas. Cada vitória obtida nos fortalecerá para o embate quotidiano contra os governos e banqueiros.

DENUNCIE A ABERTURA DE AGÊNCIAS SEM O QUADRO DE SEGURANÇA COMPLETO

         Alguns administradores têm insistido em abrir as agências com o número reduzido de vigilantes, ampliando o risco de segurança para os bancários e clientes. O descaso com a segurança é alarmante! A Polícia Federal, no dia 07/05, multou 8 bancos por falhas na segurança. O BB, pela terceira vez consecutiva, foi o mais punido, com multas de R$ 97,5 mil.
          Não podemos aceitar também que gestores determinem a substituição do vigilante ou qualquer outra retaliação a quem aderir à greve.

QUEM TRABALHA EM BANCO, BANCÁRIO É!
QUEREMOS A REATIVAÇÃO DAS CARREIRAS DE APOIO!
        
         Antes das terceirizações, os vigilantes, faxineiros, entre outros, eram funcionários dos bancos. Nós, da Oposição Bancária / CSP-Conlutas, defendemos seus direitos, denunciamos suas condições de trabalho e apoiamos sua greve. Mas, além disso, defendemos que, em nossas pautas de reivindicação, também esteja contida a luta contra a terceirização e a defesa da reativação das carreiras de apoio.
               É um absurdo que os bancos, setor que mais lucra no Brasil e no mundo, tratem como questão secundária a segurança dos funcionários e clientes, terceirizando o serviço de vigilância e colocando empresas que sequer dão condições de trabalho aos seus funcionários. É um absurdo também o fato de um governo que se diz dos trabalhadores não garantir que seja cumprida a lei, sancionada em 2012, que garante os 30% de periculosidade aos vigilantes.

A história se repete: empresa terceirizada decreta falência e deixa 40 mil trabalhadores sem salário

       Na última semana mais uma empresa terceirizada decretou falência com consequências terríveis para os trabalhadores. A empresa PH Serviços, contratada por diversos órgãos federais, inclusive pela Presidência da República, deixou 40 mil trabalhadores sem salário e direitos em todo o país. Só em Minas Gerais, onde fica a sede da empresa, são 11 mil trabalhadores desempregados e sem o salário pago. O Banco do Brasil e a Caixa também estão entre os contratantes da empresa terceirizada. De acordo com o Portal da Transparência, apenas este ano, a Secretaria de Administração da Presidência pagou à empresa PH um total de R$ 2,256 milhões. Funcionários informaram que esta é a terceira empresa terceirizada que ganhou licitação desde 2009 para prestar serviços de limpeza para o Planalto a decretar falência.
             Houve protesto de funcionários terceirizados em frente à Universidade Federal de Juiz de Fora, que tinha a PH Serviços como contratada, e uma paralisação dos funcionários terceirizados que trabalham no metrô de Belo Horizonte, obrigando a CBTU a liberar as catracas. A imprensa que cobriu o caso informou que nenhum representante da PH Serviços foi localizado e que na sede da empresa, em BH, os portões encontravam-se fechados e no muro havia um aviso orientando os funcionários a procurarem o sindicato.
          Os altos valores pagos às empresas terceirizadas, associado à total falta de compromisso com os trabalhadores e ao fato desta história se repetir com grande frequência, deixa claro que a terceirização de serviços é um mau negócio e deve ser abolida.
           Pelo fim de todas as terceirizações e pela contratação direta dos trabalhadores, respeitando-se a necessidade de concurso nos órgãos e empresas públicas!

QUEM GANHA COM A TERCEIRIZAÇÃO ?

            Você já se perguntou para que servem as empresas terceirizadas? Com elas, o Banco busca não estender aos terceirizados direitos como participação nos lucros, auxílio alimentação, abonos, assistência médica. A empresa terceirizada funciona como intermediadora, não produz nada e recebe uma comissão pelo trabalho realizado por outros.
          Além do mais, os patrões sabem que, ao nos dividir em várias empresas, eles estão nos fragilizando. Imagine como seria a nossa força se todos nós pudéssemos, juntos, fazer uma greve pelas nossas reivindicações?