TODA SOLIDARIEDADE À GREVE DOS VIGILANTES!
ELES TAMBÉM MERECEM CONDIÇÕES DE
TRABALHO DIGNAS!
Os vigilantes do município do
Rio de Janeiro estão em greve desde o dia 24 de abril. A categoria reivindica
10% de reajuste salarial, aumento do vale refeição de R$ 11 para R$ 20,
adicional para vigilantes que trabalharão na Copa no valor de R$ 180 ao invés
dos R$ 100 proposto pela patronal, além do pagamento do adicional de 30% de
periculosidade que é direito da categoria conforme lei sancionada em Dezembro
de 2012. Há greves em outros municípios do Estado. Na cidade do Rio, a greve
tem tido adesão principalmente na Zona Sul, Centro e Barra da Tijuca, com
participação de vigilantes de base nos piquetes em agências bancárias.
Os vigilantes do Rio têm uns dos
piores pisos do Brasil, de R$ 987,00. Outros estados de mesmo porte econômico,
como São Paulo e Distrito Federal, possuem pisos no mínimo 20% maiores. Esta
defasagem é mais grave quando observamos os altos índices de violência pelos
quais a cidade do Rio de Janeiro é conhecida, o que expõe os vigilantes a uma
atividade profissional de alto nível de periculosidade, e o elevado custo de
vida, reflexo da especulação imobiliária e da inflação dos alimentos e outros
itens essenciais. Trabalhando para empresas terceirizadas, não possuem qualquer
estabilidade no emprego, estando sujeitos a demissões repentinas, a empresas de
fachada que desaparecem e abrem falência deixando direitos, como o FGTS, sem
serem pagos. Nos últimos meses, por exemplo, duas empresas de vigilância que
prestavam serviços ao BB (CJF e Protex) estavam constantemente atrasando o
pagamento dos salários e direitos e tiveram os contratos com o banco
rescindidos.
Para os vigilantes que trabalham
em bancos há alguns agravantes: condições de trabalho precárias, longas
jornadas de trabalho, muitas
vezes sem rendição para almoço.
Salários atrasados e desvios de função, pois muitas vezes é exigido que exerçam
outras funções como ajudar no hall de atendimento, distribuindo senhas e
ajudando clientes. Especificamente nas greves, muitos são ameaçados de
substituição/demissão caso participem do movimento. E, para piorar a situação,
muitos sindicatos de vigilantes são patronais, pois vários dirigentes possuem
relações com empresas de vigilância. Isso dificulta, ainda mais, a organização
destes trabalhadores.
Mais do que nunca é importante
apoiarmos ativamente todas as greves que estão em curso em nossa cidade:
professores, rodoviários, servidores públicos federais e vigilantes. As greves
em curso indicam que a disposição de luta presente depois das manifestações de
junho está longe de acabar.
Nós, bancários da CSP-Conlutas,
entendemos ser fundamental o apoio e a unificação de todas as lutas. Cada vitória
obtida nos fortalecerá para o embate quotidiano contra os governos e
banqueiros.
DENUNCIE A ABERTURA DE AGÊNCIAS
SEM O QUADRO DE SEGURANÇA COMPLETO
Alguns administradores têm
insistido em abrir as agências com o número reduzido de vigilantes, ampliando o
risco de segurança para os bancários e clientes. O descaso com a segurança é
alarmante! A Polícia Federal, no dia 07/05, multou 8 bancos por falhas na
segurança. O BB, pela terceira vez consecutiva, foi o mais punido, com multas
de R$ 97,5 mil.
Não podemos aceitar também que
gestores determinem a substituição do vigilante ou qualquer outra retaliação a
quem aderir à greve.
QUEM TRABALHA EM BANCO, BANCÁRIO É!
QUEREMOS A
REATIVAÇÃO DAS CARREIRAS DE APOIO!
Antes das terceirizações, os
vigilantes, faxineiros, entre outros, eram funcionários dos bancos. Nós, da
Oposição Bancária / CSP-Conlutas, defendemos seus direitos, denunciamos suas
condições de trabalho e apoiamos sua greve. Mas, além disso, defendemos que, em
nossas pautas de reivindicação, também esteja contida a luta contra a
terceirização e a defesa da reativação das carreiras de apoio.
É um absurdo que os bancos,
setor que mais lucra no Brasil e no mundo, tratem como questão secundária a
segurança dos funcionários e clientes, terceirizando o serviço de vigilância e
colocando empresas que sequer dão condições de trabalho aos seus funcionários.
É um absurdo também o fato de um governo que se diz dos trabalhadores não
garantir que seja cumprida a lei, sancionada em 2012, que garante os 30% de
periculosidade aos vigilantes.
A história se repete: empresa
terceirizada decreta falência e deixa 40 mil trabalhadores sem salário
Na última semana mais uma
empresa terceirizada decretou falência com consequências terríveis para os
trabalhadores. A empresa PH Serviços, contratada por diversos órgãos federais,
inclusive pela Presidência da República, deixou 40 mil trabalhadores sem
salário e direitos em todo o país. Só em Minas Gerais, onde fica a sede da
empresa, são 11 mil trabalhadores desempregados e sem o salário pago. O Banco
do Brasil e a Caixa também estão entre os contratantes da empresa terceirizada.
De acordo com o Portal da Transparência, apenas este ano, a Secretaria de
Administração da Presidência pagou à empresa PH um total de R$ 2,256 milhões.
Funcionários informaram que esta é a terceira empresa terceirizada que ganhou
licitação desde 2009 para prestar serviços de limpeza para o Planalto a
decretar falência.
Houve protesto de funcionários
terceirizados em frente à Universidade Federal de Juiz de Fora, que tinha a PH
Serviços como contratada, e uma paralisação dos funcionários terceirizados que
trabalham no metrô de Belo Horizonte, obrigando a CBTU a liberar as catracas. A
imprensa que cobriu o caso informou que nenhum representante da PH Serviços foi
localizado e que na sede da empresa, em BH, os portões encontravam-se fechados
e no muro havia um aviso orientando os funcionários a procurarem o sindicato.
Os altos valores pagos às
empresas terceirizadas, associado à total falta de compromisso com os
trabalhadores e ao fato desta história se repetir com grande frequência, deixa
claro que a terceirização de serviços é um mau negócio e deve ser abolida.
Pelo fim de todas as
terceirizações e pela contratação direta dos trabalhadores, respeitando-se a
necessidade de concurso nos órgãos e empresas públicas!
QUEM GANHA COM A TERCEIRIZAÇÃO ?
Você já se perguntou para que
servem as empresas terceirizadas? Com elas, o Banco
busca não estender aos terceirizados direitos como
participação nos lucros, auxílio alimentação,
abonos, assistência médica. A empresa terceirizada
funciona como intermediadora, não produz nada
e recebe uma comissão pelo trabalho realizado
por outros.
Além do mais, os patrões sabem
que, ao nos dividir em várias empresas, eles
estão nos fragilizando. Imagine como seria a nossa força
se todos nós pudéssemos, juntos, fazer uma
greve pelas nossas reivindicações?