terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

DIA 20/02 É DIA NACIONAL DE LUTA CONTRA O PLANO DE FUNÇÕES DO BB

Diferentemente do que tem sido divulgado nos Boletins Pessoais, o funcionalismo tem obtido vitórias judiciais importantes contra o novo Plano de Funções do BB. Algumas delas, como as conquistadas na Bahia, Pará, Amapá, Piauí e Bauru, tornam nulos os termos de posse já assinados para as funções de confiança e impedem a redução salarial das novas funções gratificadas. São liminares concedidas pela Justiça do Trabalho e podem ser derrubadas por ação judicial do BB, mas elas nos mostram que é possível lutar contra o Plano de Funções que é um verdadeiro ataque ao nosso direito à jornada de 6 horas.

O banco tenta, através dos boletins pessoais e de toda a pressão que já conhecemos, consolidar o plano um pouco mais a cada dia. Por isso, é fundamental seguirmos na luta neste momento! Fazemos um chamado a todos os colegas a não se precipitarem e não assinarem a adesão às novas funções de 6 horas. O BB divulgará cada adesão como uma vitória sua e, com certeza, explorará isto nas demandas judiciais.

Como há muitas  ações a serem analisadas pelo Judiciário, em especial a denúncia já formalizada ao Ministério Público do Trabalho, precisamos dar visibilidade  a nossa insatisfação com o plano. Sabemos que o funcionalismo mobilizado faz pressão sobre a Justiça, aumentando nossas possibilidades de sucesso neste campo.

Neste sentido, já ocorreram manifestações importantes, como o ato realizado em São Paulo no dia 06/02, nos prédios da São João e Crédito Imobiliário, que contou com a participação de mais de 800 funcionários. E aqui no Rio, a manifestação realizada no Complexo Andaraí, no dia 08/02 (sexta-feira de carnaval), que também contou com grande adesão do funcionalismo.

Dilma está de braços abertos para os bancários?
É surpreendente que, em meio a todos estes ataques, o jornal BancáRio de 14 a 18/02 estampe uma matéria afirmando que Dilma "está de braços abertos para receber os bancários" . De onde partem as medidas recentes do BB – repressão aos grevistas, mudança nos normativos de inquérito administrativo e o Plano de Funções? De onde parte o modelo de gestão que tem como principais instrumentos o assédio moral e a extrema pressão que vivemos nas nossas dependências? É possível que Neri ou Dida ajam independentes ou contra as ordens do governo federal? Achamos que não é o momento para elogios ao governo, mas sim de cobrar dele um posicionamento contra todos aqueles absurdos. 
Precisamos seguir firmes na luta, exigindo da direção do Sindicato do Rio que convoque uma assembleia para que possamos discutir os próximos passos da resistência ao Plano de Funções. Precisamos seguir pressionando o Banco e exigindo que o governo Dilma não jogue sobre as nossas costas o custo da "redução dos juros".

Nesta semana teremos mais um round dessa luta: dia 20/02 é dia nacional de luta contra o Plano de Funções! É hora de demonstrar nossa indignação!

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

É NECESSÁRIO SEGUIR NA LUTA CONTRA O ‘PLANO DE FUNÇÕES’ DO BB!

O BB implementou, na semana passada, o novo Plano de Funções, que consiste em um grande ataque ao direito à jornada de 6 horas. O banco se apropriou de uma reivindicação histórica do funcionalismo e a transformou em medida que visa unicamente à redução de despesas administrativas e de seu passivo trabalhista. Ele diz que com estas medidas “ficará com estrutura adequada para ser mais competitivo” e as compara com as demissões que ocorrem nos bancos privados. Ou seja, enquanto os outros demitem, o BB reduz salário.
 
Boletins Pessoais: desinformação e ameaças
 
O banco tem usado os boletins pessoais para falsificar a realidade, enganar o funcionalismo e fazer muitas ameaças, buscando adesão ao novo plano sem qualquer resistência. Ao mesmo tempo, ele quer impedir os funcionários de se manifestarem livremente contra o banco na internet, enquadrando-os no código de ética. Com tantos absurdos enviados por e-mail para os funcionários, concluímos que está faltando ética do lado da direção do banco. E, ainda, que esta direção, saudosista dos tempos da ditadura, resolveu resgatar seus métodos.
 
Funcionalismo reage com indignação
 
Os funcionários têm demonstrado sua indignação contra este ataque, na presença massiva nas plenárias realizadas em vários Estados, na pequena adesão às funções gratificadas de 6 horas e na resistência à assinatura do termo de posse das funções de confiança. Vários sindicatos entraram com ações na Justiça contra o plano. O Sindicato do Rio não entrou com nenhuma ação, apesar de esta ter sido uma das principais reivindicações que marcaram a plenária realizada no dia 30/01. Somente esta semana, ele encaminhou denúncia ao Ministério Público do Trabalho. Precisamos cobrar agilidade nas iniciativas jurídicas e que elas sejam combinadas com atividades de mobilização do funcionalismo.
 
Só a luta pode barrar este ataque!
 
É fundamental que, neste momento, os funcionários enquadrados nas novas funções gratificadas de 6 horas não façam adesão a elas, pois, aceitando a redução salarial, enfraquecerão a luta contra este ataque. Para os funcionários que assinaram o termo de posse na função de 8 horas, a luta não acabou! Vamos brigar pela nulidade do termo, comprovando a coação para sua assinatura.
 
Além das iniciativas jurídicas, é preciso construir uma campanha nacional contra o Plano de Funções. Não podemos apenas esperar o resultado das ações na Justiça e deixar o BB continuar com este ataque, tornando-o a cada dia mais consolidado e irreversível. Além disso, sabemos que o funcionalismo mobilizado, em luta, faz pressão sobre a Justiça, aumentando nossas possibilidades de sucesso neste campo. Por isso, as iniciativas dos sindicatos e da Contraf/CUT devem ser mais ágeis e refletir melhor o tamanho do ataque que estamos sofrendo. É preciso que os sindicatos convoquem assembleias, reuniões dos delegados sindicais, realizem atos e paralisações com a participação dos funcionários. E se for necessário, vamos construir uma greve dos funcionários do BB para barrar este ataque, em defesa da jornada legal de 6 horas sem redução salarial! Precisamos de uma campanha forte, exigindo do governo Dilma sua intervenção contra este ataque. Não podemos aceitar pagar a conta da redução de juros e tarifas bancárias!
 
Exemplo de luta e vitória!
 
Em abril de 2012, a GM anunciou sua intenção de fechar a Montagem de Veículos Automotores e demitir 1800 trabalhadores em São José dos Campos. O sindicato dos metalúrgicos e a CSP-Conlutas empreenderam então uma campanha em defesa dos empregos, exigindo a intervenção do Governo Federal, uma vez que a multinacional norte-americana recebe isenção fiscal. Realizaram diversas mobilizações, que incluíram atrasos na entrada, passeatas pela cidade, caravanas a Brasília, duas paralisações de 24 horas, atividades que chamaram a atenção da população e da mídia para as demissões e que envolveram até mobilizações na Alemanha, Espanha, Argentina e Colômbia. Essa pressão resultou em um acordo que impediu que a GM fechasse a fábrica e demitisse os trabalhadores.
 
Um plano, muitos ataques...
 
O Plano de Funções está repleto de ataques ao funcionalismo. Vejamos alguns:
 
Redução Salarial
A adesão às novas funções gratificadas de 6 horas acarretará para a maioria dos funcionários uma redução salarial de 16,25%. E o BB ainda diz, como uma piada de mau gosto, que o plano não traz prejuízos financeiros para os funcionários. É uma vergonha que o banco reduza os nossos salários já tão achatados! Além disso, a Justiça do Trabalho tem condenado o BB a pagar a 7ª e 8ª horas como horas extras por reconhecer que a jornada do bancário é de 6 horas e entender que o valor da comissão remunera apenas a função e não as horas trabalhadas a mais pelo comissionado.
 
Aumento de responsabilidade sem aumento correspondente de salário
O BB está alterando as nomenclaturas e atribuições das funções chamadas “de confiança” no novo plano, aumentando suas responsabilidades sem qualquer aumento na remuneração. Além de não reconhecer o direito à 7ª e 8ª horas de várias comissões técnicas, o banco faz uma manobra para impedir futuras ações na justiça. E ainda impôs o prazo de 6 dias para a assinatura pelo funcionário de termo concordando com as mudanças, sob pena de ser sumariamente descomissionado, numa clara atitude de coação e assédio moral.
 
Redução do valor das comissões
Junto à implementação do novo plano de funções, o BB está reduzindo o valor das comissões, sem chamar a atenção para isso. Os mais atentos perceberam a manobra. Vejamos, abaixo, um exemplo:
 
Nas comissões anteriores o adicional da função era garantido por duas verbas fixas, o ABF e o ATFC, que podem ser observados no espelho de janeiro. Na simulação disponibilizada pelo banco da nova função gratificada, estas verbas são substituídas pelo ADIC. FUNCAO GRATIFICADA. No caso de um assistente B, o ABF e o ATFC somam R$ 1.210,64. Na nova função, o adicional de função gratificada tem o valor de R$ 267,52. Isso significa uma redução de 77,9%! As demais verbas da nova função são variáveis: o COMPL.FUNCAO GRATIFICADA, que serve para complementar o valor do salário bruto do funcionário até ele atingir o novo valor de referência da comissão, e o AJUSTE PLANO DE FUNCOES, que serve para ajustar o salário bruto do funcionário até ele atingir o valor de 83,75% do salário bruto anterior à adesão ao novo plano. Essa verba, além de ser variável, só será recebida enquanto o funcionário estiver na mesma comissão de quando ele realizou a adesão (e, consequentemente, no mesmo local de trabalho).
 
Espelho de 01/2013 - M, Comissão 04960 - Assistente B UA
010 VENCIMENTO PADRAO-VP 1.559,00
130 GRATIFICACAO SEMESTRAL 692,41
191 ABF-ADIC.BASICO DE FUNCAO 796,55
192 ATFC-AD.TEMP.FATORES/COMI 414,09
Rendimento Bruto: R$ 3.462,05
Valor de referência da Comissão 04960: R$ 3.194,29
 
Simulação da comissão 07005 - Assistente Operacional Júnior
010 VENCIMENTO PADRAO-VP 1.559,00
130 GRATIFICACAO SEMESTRAL 456,63
226 AJUSTE PLANO DE FUNCOES 224,24
256 ADIC.FUNCAO GRATIFICADA 267,52
258 COMPL.FUNCAO GRATIFICADA 392,07
Rendimento Bruto: R$ 2.899,46
Valor de Referência Comissão 07005: R$ 2.675,22
 
Outras observações sobre o exemplo acima:
- O salário do funcionário antes da mudança, somando-se todas as verbas fixas, supera o valor de referência da comissão. Após a mudança, ele precisa de complementação para alcançar o valor de referência.
- As verbas 258 e 226 não são da nova função, mas apenas ajustes no espelho que irão variar conforme a variação dos valores fixos. Se, por exemplo, o VP aumentar por mérito, por tempo de banco ou por reajuste salarial, essas duas verbas DIMINUIRÃO, mantendo o salário igual.
- A gratificação semestral foi reduzida, pois essa verba é resultado da multiplicação de 25% sobre a soma do VP e do valor da função.
- Esta mudança também tem impacto sobre a luta pela incorporação da comissão. Apesar do BB não reconhecer este direito, o que já é feito pela Caixa, a justiça tem garantido a incorporação do valor da comissão após 10 anos de seu exercício. Mas qual valor será considerado no caso das novas funções?