quinta-feira, 16 de outubro de 2014

BOLETIM

Com a polarização do segundo turno, era possível continuar a greve e arrancar vitórias.
        Apesar do sistema financeiro ser o setor da economia que mais lucra neste país, o acordo deste ano nos proporcionou índice inferior a dois dígitos. Os bancos reconheceram a elevada inflação real ao proporem 12,2% sobre o auxílio refeição, mas, com a intenção de economizar cada centavo, não deram o mesmo índice sequer sobre a cesta alimentação.  Outras categorias com data base em setembro, como os metalúrgicos de São José dos Campos (onde as indústrias vivem uma redução na produção) obtiveram acordos no patamar de 10%.  A Petrobras também apresentou proposta de 9,71% para os funcionários da ativa mais um abono de, no mínimo, R$ 7.668,00.
     Com um forte debate entre os presidenciáveis sobre o papel do sistema financeiro, a disputa acirrada do segundo turno nos daria maior potencial de pressão. Esta seria uma grande oportunidade para retomar direitos. Apesar disso, a Contraf/CUT utilizou-se de vários mecanismos para acabar com a greve de forma precipitada. Buscando proteger o governo Dilma na disputa do segundo turno, os seus sindicatos defenderam nas assembleias a proposta rebaixada dos bancos e o fim da greve. Contaram com a presença e o voto de muitos administradores, através de um operativo montado pelos bancos para acabar com a greve. Mesmo assim, em vários estados a votação foi apertada, como em São Paulo onde a proposta foi aprovada por apenas 19 votos de diferença na assembleia do BB. Em Curitiba, Porto Alegre, Paraíba e Roraima, os bancários do BB votaram em sua maioria contra a orientação do Comando e mantiveram a greve. Isso mostra que se a maioria dos grevistas estivesse presente nas assembleias seria possível romper com o roteiro e seguir com a greve.
       Neste momento, os bancários do Banco do Estado do Rio Grande do Sul (Banrisul) e do Banco do Amazonas (BASA) continuam a greve contra a orientação dos seus sindicatos.
A CONTRAF/CUT e as direções dos grandes sindicatos, mais uma vez, subordinaram nossa campanha salarial aos interesses do governo federal, agora à reeleição da Dilma. Ao conter nossa luta e canalizar seus esforços para o processo eleitoral, continuam apoiando uma política que, ao não fazer a grande transformação social e econômica que necessitamos, traz uma profunda decepção para os trabalhadores.
Com a desaceleração da economia – o PIB do país deve crescer menos de 1% este ano – o que está em preparação pelo próximo governo, seja ele chefiado por Dilma ou Aécio, são mais ataques aos nossos direitos.
      É necessário tirar lições desta campanha. Com greves frágeis, na qual as agências permanecem lotadas de funcionários produzindo e atingindo as metas, quem se fortalece são os Bancos. A ausência da ampla maioria dos bancários nas assembleias permite que os Bancos e a direção do Sindicato consigam acabar com a greve no momento que bem entendem.
       É necessário também fortalecermos nossa organização e avançar em uma alternativa de direção para nossa categoria!

          
         Porque iremos nos opor à contribuição assistencial deste ano
     

      O chamado desconto assistencial é uma contribuição voluntária para fins de ressarcir ao sindicato as despesas extraordinárias por ocasião de greves ou mesmo de outras campanhas de interesse da categoria.
     Infelizmente, no caso do Sindicato dos Bancários do Rio, este desconto foi aprovado em uma assembleia realizada no início de agosto, antes de qualquer discussão sobre a greve. Na ocasião, nós, da Oposição Bancária, questionamos o método de se aprovar um desconto antes de saber qual seria o tamanho da greve ou mesmo se haveria greve. Ele deveria ser aprovado ao final da campanha salarial em base à prestação de contas referente aos gastos extras assumidos pelo sindicato.
     A diretoria do Sindicato divulgou, agora, uma carta apelando aos bancários a manterem a contribuição para pagar "abono" aos seus funcionários, mas este não é o objetivo do desconto assistencial. E, ainda por cima, não informam à categoria quais despesas extraordinárias foram efetivadas durante esta curta campanha salarial.
Repassamos abaixo as informações das datas e locais para quem quiser se opor ao desconto:
“A carta de oposição deve ser entregue pessoalmente nos dias 15, 16 e 17 de outubro, das 9h às 17h, em duas vias, com nome completo e legível do requerente, matrícula funcional, nome do banco e da agência em que trabalha.
A entrega deve ser feita nos seguintes endereços: Avenida Marechal Floriano, 199, 10º andar, Centro (Sintergia); Rua Andrade Figueira, 206, Madureira (Sindicato dos Químicos); Rua Viúva Dantas, 659, Campo Grande (Subsede –Seeb - Campo Grande) e Avenida Borges de Medeiros, 829 (AABB-Lagoa)".


                      Horas de Greve: Não se submeta às pressões!
    
        A compensação das horas de greve serve somente para punir aqueles que lutaram por todos e não para regularizar serviços atrasados. Em alguns locais de trabalho ocorre um assédio por parte dos administradores para garantir o máximo possível de horas compensadas. Não podemos admitir este tipo de punição, pois não fizemos nada além do que é nosso direito.
      O acordo limita a compensação a ATÉ uma hora por dia. A única alteração em relação ao acordo do ano passado é o prazo para compensação, sendo até 31/10 para quem faz 6 horas e até 7/11 para quem faz 8 horas. Após esta data, como ocorreu nos últimos anos, as horas não compensadas não serão descontadas e serão abonadas, ou seja, não aparecerão mais no sistema como horas devidas.
     Além disso, foi informado pela diretoria do sindicato na assembleia específica do BB que aprovou o acordo que não seria admitida qualquer pressão para cancelar ausências (folgas/abonos/férias) previamente negociadas.   
    EM CASO DE DÚVIDAS OU ASSÉDIO, entre em contato com a Oposição Bancária e/ou com o delegado sindical da sua dependência.

sábado, 4 de outubro de 2014

FENABAN APRESENTA NOVA PROPOSTA


           A Fenaban acabou de apresentar sua nova proposta à Contraf / CUT. A proposta contempla aumento de 8,5% no salário e 9% no piso. Um índice ainda rebaixado diante das nossas perdas salariais e da lucratividade do sistema financeiro. Para efeito de comparação podemos usar o acordo da Petrobras. Este ano o acordo fechado com os petroleiros garantiu um reajuste de 9,71% mais abono de pelo menos R$ 7.668,00. Enquanto esta empresa obteve no primeiro semestre deste ano lucro de aproximadamente R$10 bi, os cincos maiores bancos (Banco do Brasil, Caixa, Santander, Itaú e Bradesco) lucraram juntos cerca de R$ 28 bi.
           Além de não garantir o combate às demissões, a proposta trata de forma genérica a questão do assédio moral com a inclusão do compromisso de que "o monitoramento de resultados ocorra com equilíbrio, respeito e de forma positiva para prevenir conflitos nas relações de trabalho". O que isso significa concretamente? Nada. Apenas intenções. Os bancos propõem também a compensação dos dias parados de uma hora por dia, até o dia 31/10 para quem trabalha seis horas e até 07/11 para quem trabalha oito horas. Esta é uma clara postura de perseguição ao direito de greve. A nossa paralisação cumpriu os requisitos legais como o aviso prévio de 72 horas, o que torna esta compensação apenas mais uma das várias tentativas de desmoralizar nossas lutas e tentar diminuir a adesão à greve.
           Chamamos os bancários a participar das assembleias na segunda-feira e decidir o rumo da campanha salarial.

           Convidamos todos a participar da plenária da Oposição Bancária na segunda-feira (6/09), às 15h, para avaliarmos mais detalhadamente as propostas (Fenaban, BB e Caixa) e definirmos nossa intervenção na assembleia. A plenária será na sede da CSP-Conlutas, Rua Alcindo Guanabara, n° 17 – Sala 1410, Centro (ao lado da Câmara dos Vereadores).