Com
a polarização do segundo turno, era possível continuar a greve e arrancar
vitórias.
Apesar do sistema financeiro ser o setor da
economia que mais lucra neste país, o acordo deste ano nos proporcionou índice
inferior a dois dígitos. Os bancos reconheceram a elevada inflação real ao
proporem 12,2% sobre o auxílio refeição, mas, com a intenção de economizar cada
centavo, não deram o mesmo índice sequer sobre a cesta alimentação.
Outras categorias com data base em setembro, como os metalúrgicos de São
José dos Campos (onde as indústrias vivem uma redução na produção) obtiveram
acordos no patamar de 10%. A Petrobras também apresentou proposta de
9,71% para os funcionários da ativa mais um abono de, no mínimo, R$ 7.668,00.
Com um forte debate entre os presidenciáveis
sobre o papel do sistema financeiro, a disputa acirrada do segundo turno nos
daria maior potencial de pressão. Esta seria uma grande oportunidade para
retomar direitos. Apesar disso, a Contraf/CUT utilizou-se de vários mecanismos
para acabar com a greve de forma precipitada. Buscando proteger o governo Dilma
na disputa do segundo turno, os seus sindicatos defenderam nas assembleias a
proposta rebaixada dos bancos e o fim da greve. Contaram com a presença e o
voto de muitos administradores, através de um operativo montado pelos bancos
para acabar com a greve. Mesmo assim, em vários estados a votação foi apertada,
como em São Paulo onde a proposta foi aprovada por apenas 19 votos de diferença
na assembleia do BB. Em Curitiba, Porto Alegre, Paraíba e Roraima, os bancários
do BB votaram em sua maioria contra a orientação do Comando e mantiveram a
greve. Isso mostra que se a maioria dos grevistas estivesse presente nas
assembleias seria possível romper com o roteiro e seguir com a greve.
Neste
momento, os bancários do Banco do Estado do Rio Grande do Sul (Banrisul) e do
Banco do Amazonas (BASA) continuam a greve contra a orientação dos seus
sindicatos.
A CONTRAF/CUT e as direções dos grandes
sindicatos, mais uma vez, subordinaram nossa campanha salarial aos interesses
do governo federal, agora à reeleição da Dilma. Ao conter nossa luta e
canalizar seus esforços para o processo eleitoral, continuam apoiando uma
política que, ao não fazer a grande transformação social e econômica que
necessitamos, traz uma profunda decepção para os trabalhadores.
Com a desaceleração da economia – o PIB do
país deve crescer menos de 1% este ano – o que está em preparação pelo próximo
governo, seja ele chefiado por Dilma ou Aécio, são mais ataques aos nossos
direitos.
É necessário tirar lições desta campanha. Com
greves frágeis, na qual as agências permanecem lotadas de funcionários
produzindo e atingindo as metas, quem se fortalece são os Bancos. A
ausência da ampla maioria dos bancários nas assembleias permite que os
Bancos e a direção do Sindicato consigam acabar com a greve no momento
que bem entendem.
É
necessário também fortalecermos nossa organização e avançar em uma alternativa
de direção para nossa categoria!
Porque iremos nos opor à
contribuição assistencial deste ano
O
chamado desconto assistencial é uma contribuição voluntária para fins de
ressarcir ao sindicato as despesas extraordinárias por ocasião de
greves ou mesmo de outras campanhas de interesse da categoria.
Infelizmente, no caso do Sindicato dos Bancários do Rio, este desconto
foi aprovado em uma assembleia realizada no início de agosto, antes de qualquer
discussão sobre a greve. Na ocasião, nós, da Oposição Bancária, questionamos
o método de se aprovar um desconto antes de saber qual seria o tamanho da
greve ou mesmo se haveria greve. Ele deveria ser aprovado ao final da campanha
salarial em base à prestação de contas referente aos gastos extras assumidos
pelo sindicato.
A
diretoria do Sindicato divulgou, agora, uma carta apelando aos bancários a
manterem a contribuição para pagar "abono" aos seus funcionários, mas
este não é o objetivo do desconto assistencial. E, ainda por cima, não informam
à categoria quais despesas extraordinárias foram efetivadas durante esta curta
campanha salarial.
Repassamos abaixo as informações das datas e
locais para quem quiser se opor ao desconto:
“A carta de oposição deve ser entregue
pessoalmente nos dias 15, 16 e 17 de outubro, das 9h às 17h, em duas vias, com
nome completo e legível do requerente, matrícula funcional, nome do banco
e da agência em que trabalha.
A entrega deve ser feita nos seguintes endereços: Avenida Marechal Floriano, 199, 10º andar, Centro (Sintergia); Rua Andrade Figueira, 206, Madureira (Sindicato dos Químicos); Rua Viúva Dantas, 659, Campo Grande (Subsede –Seeb - Campo Grande) e Avenida Borges de Medeiros, 829 (AABB-Lagoa)".
A entrega deve ser feita nos seguintes endereços: Avenida Marechal Floriano, 199, 10º andar, Centro (Sintergia); Rua Andrade Figueira, 206, Madureira (Sindicato dos Químicos); Rua Viúva Dantas, 659, Campo Grande (Subsede –Seeb - Campo Grande) e Avenida Borges de Medeiros, 829 (AABB-Lagoa)".
Horas de Greve: Não se
submeta às pressões!
A
compensação das horas de greve serve somente para punir aqueles que lutaram por
todos e não para regularizar serviços atrasados. Em alguns locais de
trabalho ocorre um assédio por parte dos administradores para garantir o
máximo possível de horas compensadas. Não podemos admitir este tipo de punição,
pois não fizemos nada além do que é nosso direito.
O
acordo limita a compensação a ATÉ uma hora por dia. A única
alteração em relação ao acordo do ano passado é o prazo para compensação, sendo
até 31/10 para quem faz 6 horas e até 7/11 para quem faz 8 horas. Após esta
data, como ocorreu nos últimos anos, as horas não compensadas não serão descontadas
e serão abonadas, ou seja, não aparecerão mais no sistema como horas devidas.
Além disso, foi informado pela diretoria do sindicato na assembleia
específica do BB que aprovou o acordo que não seria admitida qualquer pressão
para cancelar ausências (folgas/abonos/férias) previamente negociadas.
EM CASO DE DÚVIDAS OU ASSÉDIO, entre em contato
com a Oposição Bancária e/ou com o delegado sindical da sua dependência.