sábado, 29 de setembro de 2012

ALIANÇA ENTRE SINDICATO E DIREÇÃO DA CAIXA ENTERRA GREVE DA CATEGORIA

Texto escrito pela Oposição Bancária de São Paulo. Aqui no Rio infelizmente os fatos não são diferentes.
----------------
A greve dos bancários da Caixa tinha tudo para ser vitoriosa. Na noite do dia 26/09, os trabalhadores derrotaram a proposta apresentada pela Caixa e abriram caminho para uma nova fase na greve, de luta pelas questões específicas. Foi uma assembléia emocionante, em que os bancários venceram não somente os gerentes que foram à assembléia para acabar com a greve, mas também a direção do sindicato, que defendeu com unhas e dentes a proposta da empresa. Uma vitória da mobilização, que mostrou que é possível vencer todos os obstáculos quando a categoria participa e vai à luta.
Mas, infelizmente, o dia seguinte não foi de vitória para os bancários da Caixa. Não aceitando a derrota que sofreu, o sindicato chamou uma assembléia “relâmpago” para as 16h do dia 27/09, não com o objetivo de organizar as próximas batalhas, mas para tentar reverter o resultado da assembléia do dia anterior. A Caixa, por sua vez, se aproveitou disso e montou uma megaoperação para levar os gerentes, com muito assédio e ameaça das superintendências, para a assembléia e assim acabar com a greve.
Qualquer sindicato que defendesse de fato a democracia e o interesse dos trabalhadores não aceitaria esse golpe. A proposta rejeitada no dia anterior era a mesma e não havia nenhum fato novo que justificasse modificar a deliberação de continuar a nossa luta. Mas, ao invés disso, a direção do sindicato encaminhou vergonhosamente a votação em uma assembléia com 2/3 de gerentes e que foi chamada sem qualquer mobilização dos que de fato estavam construindo a greve, mostrando que estava unido com a direção da Caixa/Governo para acabar de vez com o movimento.
Nós, da Oposição Bancária MNOB/CSP-Conlutas, não reconhecemos esse fórum ilegítimo, viciado e totalmente montado para evitar que a vontade da categoria encaminhada e por isso nos retiramos da assembléia, após muitas tentativas (todas impedidas pelo sindicato) de falar sobre todos esses problemas na assembléia. A assembléia de 27/09 que decidiu por acabar com a greve em São Paulo (enquanto a maiorias das bases sindicais do país mantinham-se em greve) foi, portanto, uma farsa da direção do Sindicato junto com a empresa.

MAIS UMA DERROTA... ATÉ QUANDO? É PRECISO ORGANIZAÇÃO PARA ENFRENTAR OS PATRÕES E AS TRAIÇÕES DO SINDICATO

Mais uma vez, a direção do sindicato escreve uma página vergonhosa na história da luta dos bancários da Caixa. Além de ter traído toda a categoria, o postura do sindicato só planta mais desconfiança, descrédito e desmobilização na categoria. É por essa razão que muitos bancários resistem em participar das assembléias e da própria greve em si: os trabalhadores estão cansados de serem derrotados pela própria entidade que devia representá-los.
Contudo, a única forma de enfrentarmos esse problema é com a organização coletiva. Sem nos unirmos para lutar pelos nossos direitos e contra as ações governistas da direção do sindicato, continuaremos sem conquistar vitórias.
Por isso, fazemos um chamado a todos os trabalhadores que não têm acordo com tudo isto para construir junto conosco a Oposição Bancária e fortalecer uma alternativa diante da traição e da falência política da atual direção do Sindicato dos Bancários de São Paulo. Conheça o MNOB/CSP-Conlutas e venha junto conosco lutar contra os ataques dos banqueiros, do governo e dos seus agentes dentro do movimento sindical.

Greve dos bancários: os discursos que demonizam a luta por direitos

Texto publicado por Leonardo Sakamoto em seu blog: BLOG DO SAKAMOTO
----------------
“Greve é ruim para todo mundo: é ruim para o bancário, é ruim para o banco, é ruim para a população, que já foi muito incomodada pela onda de greves dos funcionários públicos e não merece ser mais incomodada com uma paralisação dos bancários.”
A declaração acima é de Magnus Ribas Apostólico, diretor de Relações do Trabalho da Fenaban, braço sindical da Federação Brasileiros de Bancos responsável pelas questões de disputas trabalhistas.
Posso reescrever o parágrafo com a visão do outro lado?
“Greve é ruim para todo mundo: é ruim para o bancário, é ruim para o banco, é ruim para a população, que já foi muito incomodada pela incapacidade do governo federal em negociar com os funcionários públicos em greve e não merece ser mais incomodada com uma negativa dos banqueiros em dividir melhor os lucros e garantir condições de trabalho.”
Quando negociações trabalhistas chegam a um limite e uma greve é deflagrada, começa uma guerra de discursos, o que é esperado. E interessante. Afinal de contas, aprendemos novas formas de moldar a língua portuguesa para servir aos nossos interesses.
Gostaria de ver como profissionais cuja matéria-prima é o discurso se comportariam em greve geral. Como já disse aqui um rosário de vezes, tenho certa inveja das categorias de trabalhadores que se enxergam como tais e se unem para reivindicar e lutar pelos seus direitos. Sim, porque nós, jornalistas, como todos sabem, não somos trabalhadores, estamos acima de toda essa coisa mundana. Salário? Para quê? Uma vez que somos seres iluminados, nada mais lógico do que vivermos de luz…
No caso de greves envolvendo o sistema financeiro, dado os anúncios de lucros bilionários divulgados a torto e a direito, essa guerra de discursos tende a colocar banqueiros contra a parede. Daí a necessidade de adotar uma postura mais agressiva, como jogar a população contra os grevistas a exemplo do que fez o diretor da Fenaban.
A evolução histórica do nosso querido capitalismo mostra que não importa o que aconteça, os donos do sistema financeiros sempre ganham. A indústria pode virar fumaça, a agricultura comer grama pela raiz e o setor de serviços fechar as portas, mas os bancos sobrevivem. Sendo salvos com recursos públicos, se preciso. Afinal de contas, os lucros deles é privado, mas o prejuízo é sempre socializado.
De acordo com o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, a proposta patronal de 0,58% de aumento real (descontada a inflação) foi considerada insuficiente. A demanda é por 5%, além de um implemento do plano de cargos e salários, mais segurança nas agências e maior participação nos lucros. Em nota, Juvandia Moreira, presidente do sindicato, afirma que nos “balanços dos sete maiores bancos do país, entre o primeiro semestre de 2011 e o de 2012, os ativos cresceram em média 15,56%, as operações de crédito subiram 18,63%, o patrimônio líquido aumentou 12,65%”.
Já a Fenaban afirma que a proposta global corrigirá salários, pisos, benefícios. Também diz que estão previstos reajustes do auxílio refeição, da cesta alimentação e do auxílio creche mensal. Promete que o valor da Participação nos Lucros e Resultados pode ultrapassar o equivalente a três salários de um caixa de banco.
Esperemos que a paralisação dure o menos possível e que um acordo seja logo alcançado. Enquanto isso, um pouco de paciência. Muita gente deve estar pensando “vagabundo que faz greve deveria ser demitido”, esquecendo que – dessa forma – joga pela janela uma das mais importantes formas de pressão: negar-se a gerar riqueza para a empresa enquanto seu contrato de compra e venda da força de trabalho não for rediscutido.
Sindicatos não são perfeitos, longe disso. Assim como ocorrem em outras instituições, eles possuem atores que resolvem voltar-se para os próprios umbigos e tornar a busca pelo poder mais importante que os objetivos para o qual foram escolhidos. Estamos cheios de exemplos disso. Contudo, graças à organização e pressão dos trabalhadores, importantes conquistas foram obtidas para civilizar minimamente as regras do jogo – não trabalhar até a exaustão, descansar de forma remunerada, ter salários (menos in)justos, garantir proteção contra a exploração infantil. Direitos estes que, mesmo incompletos, são chamados por alguns de “gargalos do crescimento”.
Apoio os professores federais, funcionários públicos, controladores de vôo, cobradores e motoristas de ônibus, bancários, eletricitários, metalúrgicos, metroviários, garis, residentes médicos. Apoio o santo direito de se conscientizarem, reconhecerem-se nos problemas, dizer não à exploração e entrar em greve até que a sociedade pressione e os patrões escutem. Mesmo que a manifestação deles torne minha vida um absurdo.
E torço para que você não consuma bovinamente discursos que demonizam greves. Porque, se assim for, no dia em que precisar que a sociedade entenda a sua reivindicação, pode perceber que está sozinho, gritando ao vento.

Leonardo Sakamoto é jornalista e doutor em Ciência Política. Cobriu conflitos armados e o desrespeito aos direitos humanos em Timor Leste, Angola e no Paquistão. Professor de Jornalismo na PUC-SP, é coordenador da ONG Repórter Brasil e seu representante na Comissão Nacional para a Erradicação do Trabalho Escravo.

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

A greve acaba. Segue a luta!

A greve bancária de 2012 está encerrada em praticamente todo o país, ainda seguindo em alguns locais que farão novas assembleias hoje, como Caixa de BH e Sergipe. Em Porto Alegre, o principal foco de resistência neste momento, ela segue nos três bancos públicos (BB, Caixa e Banrisul). Confira abaixo o vídeo da assembleia do dia 26/9 em PoA em que os bancários se recusam a botar em votação a proposta em uma assembleia coalhada de gestores. 

Em breve disponibilizaremos nosso balanço sobre a Campanha Salarial deste ano. Terminada a greve, segue a luta da categoria, por melhores condições de trabalho e vida. Continue nos acompanhando neste blog e pelo facebook.com/oposicaobancariarj.

 

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Panfleto específico Caixa: Pela rejeição da proposta

PROPOSTA ECONÔMICA NOS BANCOS PÚBLICOS É INFERIOR A DA FENABAN!

Mais uma vez, o aumento do piso da Fenaban será superior ao da Caixa. O governo Dilma está sendo mais intransigente que os banqueiros privados, pois não estendeu os 8,5% sobre os pisos da Caixa e do BB. Não podemos admitir que, estando na mesa única, a Caixa descumpra um dos itens do acordo.

ISONOMIA: MAIS UMA CAMPANHA SALARIAL E NADA!

Mais uma campanha salarial e a direção da CONTRAF/CUT sequer pauta na mesa de negociação o tema da Isonomia. Estamos sendo enrolados há mais de 14 anos, obrigados a conviver com essa discriminação nos locais de trabalho, chegando a situação em que a maioria dos trabalhares não recebe ATS ou Licença prêmio. Além disso, a discriminação com os funcionários que seguem no REG/REPLAN também não foi pautada na mesa de negociação.

BASTA DO VELHO “SCRIPT” DA GREVE

O comando nacional e a CONTRAF/CUT estão orientando a aceitação desta proposta. Mais uma vez estamos vendo os VELHOS dirigente sindicais, decidindo a vida daqueles que estão dia a dia, enfrentando o assédio moral, a jornada extenuante, o aumento no ritmo de trabalho, dentro das agências e setores internos do banco. Todo ano é a mesma coisa! Sempre que Comando da CONTRAF/CUT orienta a aceitação de uma proposta, a grande imprensa veicula o fim da greve e os gestores pressionam os grevistas para voltar ao trabalho. Sequer a anistia dos dias parados, o mínimo que deveria ser garantido para evitar futuras desmobilizações, a CONTRAF/CUT é capaz de negociar, pois o seu objetivo é manter-se nos marcos da Mesa Única da FENABAN, que na prática tem reduzido as conquistas a um índice de reajuste.

Mas a aceitação da proposta pelo Comando de Negociação não é a palavra final dos bancários. Isso só ocorre porque, infelizmente, a maioria dos sindicatos é ligada à CUT, que defende o governo. Mas os bancários da MNOB/ CSP-Conlutas farão sua parte. Nós podemos e devemos manifestar nossa opinião na assembleia. Vamos exigir direito à fala, apesar de toda a falta de democracia que ocorre da mesma forma em todo o país e vamos defender a real vontade da categoria bancária!

Panfleto específico BB: Pela rejeição da proposta

DEFENDEMOS A REJEIÇÃO DO ACORDO E A MANUTENÇÃO DA GREVE PARA GARANTIR AS NOSSAS REIVINDICAÇÕES ESPECÍFICAS

Proposta econômica nos bancos públicos é inferior a da Fenaban!

Mais uma vez, o aumento do piso da Fenaban será superior ao do BB. O governo Dilma está sendo mais intransigente que os banqueiros privados, pois não estendeu os 8,5% sobre os pisos da Caixa e do BB. Não podemos admitir que, estando na mesa única, o BB descumpra um dos ítens do acordo. 

Retrocesso na luta contra o assédio moral e os descomissionamentos

Um dos pequenos avanços que obtivemos nos acordos de 2010/2011 foi a inclusão da cláusula que exigia 3 avaliações negativas para justificar um descomissionamento. Porém, com a alteração unilateral do normativo pelo BB, em Junho, criando a possibilidade de descomissionamento por ato de gestao e conduta "inadequada", a cláusula das 3 GDPs se transforma em letra morta.
Por isto, defendemos que  não assinar qualquer acordo sem que o BB altere a IN de descomissionamento.
Outro aspecto: com o presente acordo, o Comitê de Ética continua integralmente regulamentado pelo BB, o que significa não cumprir nenhum papel no combate e punição aos assediadores.O desleixo do Banco é tão grande que sequer a eleição para os representantes eleitos foi realizada neste ano.

PLR continua vinculada ao Sinergia

Outro aspecto que havia sido denunciado pelo Comando nacional, ao longo das negociações específicas com o BB é o fato de que o módulo bônus da PLR está vinculado ao programa de metas que nos massacra no dia a dia: o Sinergia. Com essa formulação, hoje, um grande número de prefixos não teria direito ao módulo bônus. Manter esta vinculação significa manter vivo mais este instrumento de pressão de metas que está nos adoecendo. E significa compactuar com o assedio e pressão que nos massacra.

Não somos trouxas: proposta de jornada de 6 horas tem que ser apresentada durante greve

Será que alguém ainda acredita na enrolação das mesas temáticas? Sabemos que os compromissos do BB cessam assim que a greve acaba. Estamos sendo enrolados durante 3 anos. A reivindicação da jornada de 6 horas,que é a REIVINDICAÇÃO ESPECÍFICA MAIS IMPORTANTE neste momento, não pode ficar em aberto. Ainda mais porque não é dito o essencial: a redução da jornada será com ou sem redução de salário. Qualquer proposta que inclua redução salarial não é conquista, mas ataque.

7,5% NÃO REPÕE NOSSAS PERDAS!


 A FORÇA DA GREVE PODE CONQUISTAR MAIS!

A força da Greve nacional dos bancários fez a FENABAN apresentar uma nova proposta. Mas isso é insuficiente perto do que os bancos podem dar! A partir de 2009, os ativos dos cinco maiores bancos (BB, Itaú, Bradesco, CEF e Santander) ultrapassaram o valor do PIB brasileiro, ou seja, a riqueza em poder dos bancos hoje é superior a tudo que os brasileiros produzem em um ano! Os bancos no Brasil bateram recordes de lucros nos últimos 10 anos e só neste primeiro semestre de 2012 foram noticiados rendimentos na casa dos bilhões. Mesmo com a recente política de redução das taxas de juros, os bancos seguiram ganhando muito. Exemplo disso é que a Caixa Econômica expande crédito e lucra 25% mais este ano que no 1º semestre de 2011. Por isso sabemos que os bancos podem dar mais!

O governo Dilma sequer se manifestou. Sua intransigência segue sendo a mesma aplicada aos servidores federais e aos correios. Enquanto isso, o governo anuncia seguidas concessões aos grandes empresários: isenções fiscais, desoneração de folha e privatizações dos portos, aeroportos e rodovias financiadas com dinheiro publico do BNDES.

Agora é hora de intensificar a mobilização para avançar na negociação específica com os bancos. Os bancários sofrem perdas salariais desde o período FHC que parecem terem sido esquecidas pelos dirigentes sindicais. Somente num negociação específica com CEF e BB poderemos recuperá-las. Os bancários de bancos privados precisam ter garantias de estabilidade no emprego. Queremos ainda avanços na pauta de Isonomia, reconquistar direitos retirados dos empregados que entraram após o concurso de 1998. Hoje cerca de 50 mil bancários, só na Caixa, não tem Licença Prêmio e ATS! Também precisamos avançar sobre as 6h. A jornada de 6 horas dos bancários é um direito assegurado na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) em seu artigo 224. Assistentes e analistas e vários outros cargos comissionados são bancários e não deveriam ser exceção! Os comissionados do Banco do Brasil devem ter esse direito respeitado, sem redução salarial e com mais contratações para não haver sobrecarga de trabalho. Por isso exigimos 6 horas já!

Basta de enrolação!

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Sai a proposta da Fenaban. TODOS À ASSEMBLEIA

A Fenaban acaba de apresentar uma proposta de 7,5% de reajuste e 8,5% de aumento no piso e no ticket. Também ocorreram as negociações específicas de BB e Caixa e as propostas devem ser apresentadas nesta quarta-feira. 

O Sindicato, ao contrário do que foi acordado na assembleia desta terça-feira, em que disse que a proposta seria colocada em votação apenas na quinta-feira (veja no vídeo abaixo), colocou no seu site que as assembleias desta quarta-feira serão separadas e decisivas. Elas irão deliberar sobre a proposta e sobre a continuidade da greve.

Sabemos que quando os bancos apresentam a sua proposta eles mobilizam todos os gestores para lotarem a assembleia e aprovarem o acordo. Não podemos deixar que uma decisão tão importante seja tomada por quem não está fazendo greve e vai as assembleias da categoria para representar os interesses do Banco. A greve é dos bancários e juntos devemos decidir se queremos ou não aceitar o acordo apresentado. TODOS À ASSEMBLEIA. Iremos disponibilizar mais informações e o local da assembleia tão logo seja divulgado.

CARTA DE COLEGA COMISSIONADO DO BB

 Caro colega comissionado,

Cada centavo, cada vírgula, cada gratificação, cada direito que você vê escrito no seu contra-cheque não foi lhe dado de graça. Muita gente passou aperto, ficou sem salário, foi esculhambado, apanhou na rua, brigou com a família, tudo pra você pudesse receber o que recebe hoje.

Não pense, caro colega, que o salário que recebes hoje é fruto unicamente de nossa dedicação dentro do banco ou de algum reconhecimento vindo de uma diretoria ‘boazinha’ ou sensível à sua causa, pois, como podes ver, até o que é seu por direito, preto no branco, querem lhe tomar. Até o seu sono, sua tranquilidade, sua dignidade, seu valor como pessoa (e não máquina). Quantas vezes você esteve sob grande pressão para cumprir metas? Você acha que o que recebemos em troca do nosso trabalho, nosso suor e, muitas vezes, nosso sacrifício, é condigno?

Começa pelo fato de que se você é gerente de serviço ou atendimento, o banco já te considera gerente médio de segunda ou terceira categoria. Trabalha tanto quanto ou até mais que o colega do personalizado e recebe menos.

Quantas vezes você fez tudo certo, bateu 99% de tudo que tinha pra fazer de credito, seguro, previdência, cartão, Ourocap, Fies, LOB, inadimplência, contatos, termômetro (maldito termômetro), débito automático, mas, quando o seu chefe olha, tudo que ele vê é aquele ‘itenzinho’ que ficou faltando pouco, e não foi por falta de seu esforço ou competência?

Quando falta 0,1 toda sua competência, todo o trabalho que você fez (e fez muito bem), as vezes que você quase se humilhou pra conseguir o resultado, são esquecidos, apagados, e fica apenas o mínimo que faltou.

Vale apenas o que ficou faltando! Só rende a crítica, a cobrança. O elogio por tudo que foi feito… não vem!

Quando foi a ultima vez que você foi elogiado por bater uma meta que o banco chama de “desafiadora”, apesar de você dar outros nomes a ela, tais como, “imoral” “aviltante” “abusiva” que faz com que você faça vendas casadas?

Tornou-se tão normal que você agora chama a venda casada de “negociação” e esqueceu que é crime. Veja que o crime é nosso, da pessoa, ainda que façamos em nome do BB, na hora da verdade você acha que o BB vai nos defender? Vai alegar que a Lei 8137/1990* veda a prática e ainda vai instaurar uma ação disciplinar comportamental contra nós, e deixar nos virarmos no processo judicial (pergunte a um amigo advogado).

Você acha que a situação está ruim, que o trabalho é extenuante e, às vezes, quase impossível?

Chegamos neste ponto e é verdade que existia uma miríade de situações que corromperam nosso bom senso que nos levaram a aceitar as mudanças para pior, as perdas, as extrapolações.

Responsáveis existem – alguns mais que outros – mas se quisermos encontrar os maiores culpados basta nos olharmos no espelho. As coisas vão mal e não é só no nosso trabalho, porque permanecemos inertes, esperando que outros façam e nessa mesma mentalidade o país chegou aonde chegou (não é necessário discutir isso aqui).

Temos que lutar! E lutar não da boca pra fora. Temos que agir! Nada é de graça! Nada é de graça!

Aqueles que tem medo de fazer greve ignoram o que acontecem ao redor. Reclamam o ano todo das metas, da falta de funcionários mas, na hora da verdade, correm e esbravejam ser contra o que se luta. Brigam feio e com muita voracidade para diminuir a intensidade da força que fazemos na hora de pedir melhores condições de trabalho e em compensação na hora de receber os resultados, aumento dos salários, PLR, a proteção dos ciclos de avaliação entram na fila como se tivessem lutado por isso.

Conseguem encontrar as mais diversas desculpas para os outros (e enganar a si próprio) afirmando “sou comissionado. Quem vai levar a minha carteira? Vou perder o meu cargo, vou ficar marcado, não vou conseguir aquela promoção, não vou conseguir me transferir. Na PF/PJ só tem eu.

Mas, responda a si mesmo, com toda honestidade: Você está satisfeito? Você soube de alguém que perdeu a função por ter aderido à greve?

Tenho certeza que você já viu comissionados que sempre fizeram greve continuar a crescer. PENSE!

Lembra daquele colega que fez greve, foi promovido e foi embora? Tenho certeza que você lembrará de alguém e se não lembrou pergunte a outro colega.

Gente, o banco tem que sentir a falta que fazemos, perceber que não há trabalho inteligente sem pessoas, que nós somos parte do processo e não apenas uma despesa.

Aí você pode dizer “Tudo bem, mas vou sair sozinho, sem os outros comissionados? Os comissionados de tal agência não saíram”.

Ora, é muito provável que não tenham saído porque souberam que VOCÊ também NÃO saiu! Talvez seja a hora de conversarem bem!

Por que, em vez de perguntar quem não saiu – e se agarrar neles – você não pergunta quem saiu? Você vai encontrar gerentes de contas, gerentes de serviços e assistentes “dando a cara à tapa” por nós e, enquanto estão aí dentro, estão dando força para o Banco do Brasil nos falar ‘NÃO’ e, consequentemente, isso acaba empurrando o rosto dos que estão lá fora um pouco mais em direção a este tapa.

Imagine se toda vez um for ficar esperando pelo outro “ninguém sai, ninguém pára”.

E assim, a cada ano fica mais difícil garantir ganhos aos comissionados. Já faz alguns anos que os escriturários tem tido aumentos superiores aos nossos. 10% e até 11%.

A nossa PLR, além de ter uma parte vinculada às metas – ou seja, vendemos até a nossa alma para batê-las – corresponde a quantos VR no semestre? Entre 1,62 e 1,68 (gerencia média) e 1,8 para os gerentes gerais. Já os escriturários e caixas recebem quase quatro salários (semestre), e todos nós, os comissionados, sabemos o por que… por que eles “cruzam os braços” na greve, eles lutam, enquanto nós, trabalhando (contra nós mesmos) os enfraquecemos.

Lute! Lute pelo o que é seu por direito. Lute pelos direitos daqueles que, por ignorância, não sabem lutar!

Se alguma vez pensou que as grandes decisões nunca estiveram ao seu alcance, eis que a oportunidade bate à sua porta.

Chegou a hora de se fazer presente. Mostrar quem você realmente é. Mas se te falta coragem, se te falta senso de coletivo, não se preocupe. Lutarei por você, como, no passado, outros lutaram por mim.

Assinado,
Gerente de Relacionamento Empresas I

Negociação hoje com Fenaban, BB e Caixa

Chegamos ao final da primeira semana da greve bancária com um quadro de greve crescente, porem com baixa participação dos grevistas. Precisamos reverter isso e nos dedicar a fortalecer a greve. 

Hoje haverá uma nova rodada de negociações com a Fenaban e específicas com Banco do Brasil e Caixa. Incorpore-se aos piquetes do BB Andaraí (Ronaldo - 82631656), BB Sedan (Vânia - 81786827) ou Caixa Barroso (Rita - 82466477). 

Nesta primeira semana ocorreram algumas atividades interessantes. Na quinta fizemos uma caravana de greve às agências da Caixa em Jacarepaguá.
Na sexta tivemos a passeata unificada com Correios, que mesmo com a chuva, saiu às 17hs com umas 300 pessoas. Entendemos que a unidade neste momento, perante a dureza do governo, é um elemento muito importante. Alem de levar a greve para as ruas.
Realizamos também um Samba-Ato em frente ao Sedan. Reunimos os delegados sindicais e fizemos um ato com quase 3 horas de duração, intercalando falas e música.
No BB há dois fatos positivos na greve: o inédito processo de mobilizacao dos advogados do BB. Na sexta, eles fizeram uma reunião em frente ao Sedan, com cerca de 30 advogados e estão de fato fazendo a greve. Outro ponto importante é o quadro da greve nas Agências Estilo, parando um percentual de gerentes de relacionamento, elemento que pressiona bastante o Banco. 








segunda-feira, 24 de setembro de 2012

ATO NO COMPLEXO DO ANDARAÍ - BB EM 13/09/2012


   




Os funcionários do Complexo do Andaraí do Banco do Brasil (CARJ) realizaram um ato no dia 13/09, convocado pela Comissão Sindical, formada pelos delegados sindicais do prédio. Os trabalhadores debateram sobre a assembleia realizada no dia anterior (12/09) e os rumos da campanha salarial e, ao final do ato, votaram uma carta encaminhada à direção do sindicato. O CARJ é um local histórico de resistência e lutas da categoria bancária.

Segue abaixo o documento na íntegra: 

     "Estamos no meio da campanha salarial e a Fenaban apresentou até o momento o índice de 6%. Ao mesmo tempo, o governo e a direção do BB não se manifestam sobre as cláusulas econômicas e enrolam nas questões específicas.  Entendemos que 6%, assim como os 10,25% defendidos pela Contraf / CUT, não refletem nossas necessidades e o que produzimos para o banco. O índice oficial da inflação não reflete o aumento real do preço dos alimentos, do aluguel ou da escola dos filhos. Os alimentos, por exemplo, já acumulam uma inflação de 8,84% nos últimos 12 meses, que pode chegar, segundo especialistas, a 10% neste ano. Além disso, acumulamos perdas salariais de mais de 80%, que não têm sido repostas pelos reajustes concedidos nos acordos coletivos dos últimos anos. Em relação às nossas questões específicas, o BB tem tido uma postura intransigente, se negando a negocia-las, e inclusive corrigir ilegalidades praticadas por ele, como em relação à jornada de trabalho. O assédio moral e as ameaças constantes de reestruturação têm atingido o funcionalismo causando um nível de adoecimento sem precedentes.
     Diante do que está colocado nesta campanha salarial e da experiência das últimas campanhas, afirmamos que nossa greve, prevista para começar no próximo dia 18, não pode ser para arrancar mais 1% ou 1,5% da Fenaban. Nossa greve deve ser para conquistar definitivamente a jornada de 6 horas, o PCS e o piso do Dieese! Somente com estas conquistas, teremos melhores condições de trabalho e de vida."

Assista ao vídeo da entrega da carta durante a plenária de delegados sindicais no dia 14/09:


            

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Estamos chegando ao final da primeira semana da greve e precisamos partir com tudo para fortalecer a nossa luta nos próximos dias. Participar das atividades da greve é fundamental!
Por isso convidamos a tod@s @s bancári@s a estarem junto conosco, hoje, 21/09 às 12h em frente ao BB Senador Dantas

TODOS AO SAMBA-ATO NO SEDAN: PELA JORNADA DE 6 HORAS! PELA ISONOMIA DE DIREITOS! NÃO ÀS AMEAÇAS E DESCOMISSIONAMENTOS! QUEREMOS REPOSIÇÃO DE PERDAS E SALÁRIO MÍNIMO DO DIEESE.

Se sambamos o ano inteiro, para sobreviver com um salário arrochado e suportar as pressões, na greve precisamos demonstrar isto para a população... Vamos mostrar que bancário, além de produzir os bilhóes de lucros aos bancos, também é capaz de fazer arte.   
Os delegados sindicais do Sedan estarão com cavaquinho, pandeiro...e muitas reivindicações. Pedimos que os demais colegas também tragam os seus instrumentos e tragam cartazes reafirmando nossas principais reivindicações.
DEPOIS DO SAMBA, TODOS AO ATO UNIFICADO COM TRABALHADORES DOS CORREIOS E PETROLEIROS - NA CANDELÁRIA ÀS 15:30

O samba será a nossa concentração para nos juntarmos a caminhada, pela Rio Branco, unificada com os trabalhadores dos Correios e petroleiros, a partir das 15:30h, na Candelária.
Nos bancos públicos é preciso enfrentar, além dos banqueiros, o mesmo patrão destas outras duas categorias: o Governo Dilma. E pudemos presenciar com clareza durante a greve dos servidores federais o quanto será difícil a nossa greve. Este é o nosso momento de lutar e mostrar para o Governo que exigimos respeito e reconhecimento.
Um "truque" ainda não revelado...
Fala da Oposição Bancária RJ na Assembléia de 17 de Agosto, deflagrando a greve dos trabalhadores bancários em 2012.

No encerramento da Campanha Salarial de 2011, o Banco do Brasil firmou seu compromisso em instalar uma mesa temática para negociar a questão da jornada dos funcionários e estabelecer um cronograma para o encerramento dos trabalhos desta comissão. Até agora, passados vários meses da assinatura do Acordo Coletivo, nenhuma proposta ou prazo foram apresentados pela direção do banco para resolver este impasse.

A jornada de 6 horas dos bancários é um direito assegurado na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) em seu artigo 224. Assistentes e analistas e vários outros cargos comissionados são bancários e não deveriam ser exceção! Os comissionados do Banco do Brasil devem ter esse direito respeitado, sem redução salarial e com mais contratações para não haver sobrecarga de trabalho.

Por fora da campanha salarial tivemos algumas vitórias na Justiça do Trabalho, como a deliberação por unanimidade do TRT do Piauí favorável ao ganho da 7ª e 8ª horas como hora-extra para alguns cargos de assistentes e analistas A e B, mas que ainda está tramitando na última instância. Em Brasília, a ação coletiva ajuizada pelo Sindicato também foi vitoriosa. Na CEF a luta pelas 6hs foi vitoriosa e a jornada já existe ao menos para os assistentes

Essa é uma luta de todos os bancários. Os bancos usam da prerrogativa da exceção legal para funções de confiança para enquadrar comissões que não são de direção, de forma a explorar e assediar ainda mais a categoria. Só o banqueiro ganha com isso. Os escriturários, técnicos, comissionados e gerentes perdem. Perdem principalmente sua saúde, sua juventude e força de trabalho de vários anos entregues para enriquecer os donos e acionistas dos bancos e o governo (que leva uma grande fatia desse bolo).

Queremos conquistas nesta campanha salarial!!!

Chega de enrolação! 6 HORAS JÁ!