O descaso do Banco do Brasil com a segurança em suas agências vem colocando em risco a vida de funcionários, trabalhadores terceirizados, clientes e usuários.
Sua política de promoção sucessiva de cortes de verbas orçamentárias, voltada a vários setores do BB, revela um impacto alarmante junto a DIGES.
Os cortes no orçamento voltados às questões relativas à segurança bancária impõe uma gestão irresponsável da segurança em suas unidades em todo o país, fato que consagrou o BB como o campeão das multas aplicadas pela Polícia Federal no final do ano de 2013, quando foi multado em um total de R$ 2,755 milhões, deixando mais que clara a falta de segurança a que trabalhadores e clientes têm sido expostos em todo o Brasil.
Sabemos que o orçamento e as políticas para o BB são definidos pelo governo federal, e que estão articulados com a política que o governo Dilma implanta em nosso país. Quais são, portanto, as bases dessa política?
O orçamento da União
Estamos diante de um governo que remete cerca de 50% de todo o orçamento anual do país para “honrar compromissos” com a banca internacional. Para garantir o cumprimento desses compromissos, a política do governo Dilma se utilizou de incentivos fiscais a indústria e oferta de crédito a população visando o crescimento do consumo interno para dinamizar a economia, além de promover a privatização da rede de infraestrutura do país. Assim, o ano de 2013 foi marcado pelo grande endividamento das famílias brasileiras e por um amplo processo de privatização de rodovias, portos, aeroportos, sob a alcunha de “concessões”, cujo ponto mais dramático foi a entrega do mega-campo de Libra ao capital privado. Uma vez realizado esse projeto de privatização, o Governo Dilma dirige-se em 2014 as empresas públicas e de capital misto, impondo-lhes o aprofundamento de cortes orçamentários que auxiliarão o governo federal na construção do superávit primário necessário para o pagamento dos juros da dívida pública junto aos banqueiros. Totalmente descolada do clamor das ruas que desde junho de 2013 cobram mais investimentos, o Governo Dilma com sua política vem agravando não só a vida dos trabalhadores, mas também da juventude em nosso país.
O reflexo no BB
Os cortes no orçamento do BB, política exigida pelo Governo Dilma, tem assim impacto imediato nas condições de trabalho dos bancários. A partir da redução orçamentária, as agências operam sem que as condições mínimas de segurança sejam observadas. Insuficientes, estas se expressam na ausência de portas de vidro para a rua, nos alarmes e câmeras de cftv inoperantes, nas portas giratórias com mecanismo de trava comprometido, nos tapumes instalados em janelas e paredes onde deveriam existir vidros para viabilizar o trabalho dos vigilantes.
Os cortes no orçamento da DIGES também têm exigido a redução da dotação de vigilantes nas agências. Em 2013, a vigilância noturna foi extinta e a responsabilidade com abertura e fechamento das unidades foi imposta aos funcionários, ampliando os riscos - relativos a natureza do próprio trabalho - aos quais estes estão submetidos cotidianamente.
Em muitas agências não há a rendição do vigilante para o seu almoço. A sugestão do BB, através de posicionamento informal da RESEG para a solução desta situação, revela o absurdo desrespeito ao trabalhador: o vigilante pode almoçar antes das 10 ou após as 16 horas. Significa dizer que ou o café-da-manhã ou um lanche-da-tarde: almoço jamais.
Nas agências que operam no interior de prédios é comum haver somente um vigilante, sem rendição para o almoço: enquanto este almoça, não há vigilante algum na dependência.
É evidente o descaso que o BB adota em relação às vidas dos trabalhadores e clientes. Embora siga obtendo lucros recordes a cada semestre, o BB abandona a todos à própria sorte em relação à manutenção de suas vidas.
E para além de eximir-se de sua responsabilidade, ousa transferi-la aos bancários. Ou seja, através da “técnica da inversão de responsabilidades”, o BB imputa ao seu funcionalismo, vítima de uma política que desconsidera aspectos fundamentais para o exercício seguro de sua prática profissional, a responsabilidade relativa à preservação de suas vidas e de todo o patrimônio do BB.
Foi para experimentar esta ideologia perversa que os Gemods das agências foram convocados em janeiro. Sob o pretexto de que realizariam um curso por três dias, a verdadeira intencionalidade do BB veio à tona: a de propalar uma ideologia que desqualifica inclusive a relevância de vigilantes para a segurança nas unidades, e em contrapartida colocar toda a responsabilidade nos ombros dos bancários. A malícia do BB concretiza, através da exigência de revista da bolsa de funcionários, a ideia de que os bancários são o problema e a solução para as questões de segurança no BB.
Mas o funcionalismo do BB não se calará frente a esta situação! Precisamos nos mobilizar, exigindo que o sindicato convoque uma reunião com os funcionários das PSOs.
Vamos nos organizar e exigir que o BB reveja o orçamento voltado à segurança para garantir a integridade física de trabalhadores e clientes. Somente a luta dos bancários pode mudar sua realidade!
Juntos, reafirmaremos que a responsabilidade pela segurança dos trabalhadores e dos clientes é do BB e do Governo Dilma!