O Boletim
Pessoal da última segunda-feira veio nos confirmar que o BB, através do Sr
Carlos Neri, redefiniu as palavras "consolidada" e
"sucesso". O Banco coage e depois diz que o funcionalismo manifesta
sua vontade livremente...
Em
primeiro lugar, vamos novamente aos números.
No Estado
do Rio de Janeiro, 83,35% dos Assistentes de Negócio das agências, 80% dos
Assistentes A, 91,04% dos Assistentes B, 91,30% dos Analistas A e 93,46% dos
Analistas B NÃO aderiram ao Plano de Funções.
Como se
pode falar em “plena aceitação” do Plano de Funções pelos funcionários se a
grande maioria não aderiu a ele?
A
afirmação acerca da CCV também é manipulada. Aqui, o Sr. Carlos Neri
"esquece" de mencionar um dado importante: na maior parte das bases sindicais
do país, a CCV não foi aprovada. Em São Paulo, por exemplo, a CCV foi rejeitada
em uma assembleia com mais de 500 bancários. Por isso, o percentual de “acordos
fechados“ é muito pequeno se levamos em consideração o total de colegas que são
“público-alvo” da CCV.
O boletim
tenta enganar o funcionalismo ainda quando afirma que a “maioria dos Estados
rejeitou a proposta de greve encaminhada nas assembleias”. Nós sabemos que das
grandes bases do país, somente Brasília, Recife e Porto Alegre estiveram fora
da paralisação de 24h. E mesmo nos locais onde a proposta de paralisação de 24h
não foi aprovada, sabemos que isso não se deu por apoio ao Plano de Funções.
O que
ocorreu foi que muitos colegas sentiram-se intimidados e confusos sobre o
caráter da paralisação, já que desde o governo FHC não assistíamos a tamanho
assédio dentro do BB contra um movimento grevista. Neste governo, dito dos
trabalhadores, fala-se formalmente no direito de greve, mas, na prática, faz-se
de tudo para acuar e impedir que exerçamos o direito de questionar.
Aqui no
Rio de Janeiro, apesar da ameaça do 308 e da tentativa do Banco de conseguir na
Justiça o interdito proibitório, o prédio do Sedan e praticamente todas as
agências de rua do Centro estavam paralisadas. Além disso, houve a adesão
espontânea de vários colegas das agências de bairro, fazendo com que muitas
delas ficassem fechadas.
Sem
dúvida, a nossa paralisação não foi suficiente para derrotar os ataques do
Plano de Funções. Para isso, a direção da CONTRAF/CUT terá que organizar o
movimento pela base, em cada local de trabalho, papel que não cumpriu antes
dessa paralisação. E, acima de tudo, devemos valorizar fóruns da categoria,
como assembleias, que são espaços de deliberação.
Nós, da
Oposição Bancária, vamos lutar para aprofundar a resistência ao plano,
incluindo as iniciativas jurídicas. O Congresso Nacional dos Funcionários do
BB, que acontecerá entre os dias 17 e 19 de maio, será um momento privilegiado,
onde vamos propor a aprovação de um plano de luta nacional e de algumas
iniciativas jurídicas que envolvam o conjunto dos Sindicatos do país.
Vamos
defender também que, nacionalmente, se realize uma campanha de rua junto à
opinião pública, denunciando os abusos que o Banco está cometendo.
Por
último, precisamos exigir que as direções dos Sindicatos adotem medidas
judiciais para forçar a reclassificação do código 308 para falta greve,
decorrente das duas paralisações de 24 horas (a primeira de 07/03 feita pelos
funcionários de São Paulo). A direção do Sindicato do Rio manifestou acordo com
essa proposta na assembleia e, agora, precisa encaminhá-la. Fizemos greve e
cumprimos todas as exigências legais. E, como o próprio normativo do banco
afirma, o ponto eletrônico deve refletir a realidade.
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