domingo, 12 de maio de 2013

É PRECISO APROFUNDAR A LUTA CONTRA O PLANO DE FUNÇÕES

O Boletim Pessoal da última segunda-feira veio nos confirmar que o BB, através do Sr Carlos Neri, redefiniu as palavras "consolidada" e "sucesso". O Banco coage e depois diz que o funcionalismo manifesta sua vontade livremente...
 
Em primeiro lugar, vamos novamente aos números.
 
No Estado do Rio de Janeiro, 83,35% dos Assistentes de Negócio das agências, 80% dos Assistentes A, 91,04% dos Assistentes B, 91,30% dos Analistas A e 93,46% dos Analistas B NÃO aderiram ao Plano de Funções.
 
Como se pode falar em “plena aceitação” do Plano de Funções pelos funcionários se a grande maioria não aderiu a ele?
 
A afirmação acerca da CCV também é manipulada. Aqui, o Sr. Carlos Neri "esquece" de mencionar um dado importante: na maior parte das bases sindicais do país, a CCV não foi aprovada. Em São Paulo, por exemplo, a CCV foi rejeitada em uma assembleia com mais de 500 bancários. Por isso, o percentual de “acordos fechados“ é muito pequeno se levamos em consideração o total de colegas que são “público-alvo” da CCV.
 
O boletim tenta enganar o funcionalismo ainda quando afirma que a “maioria dos Estados rejeitou a proposta de greve encaminhada nas assembleias”. Nós sabemos que das grandes bases do país, somente Brasília, Recife e Porto Alegre estiveram fora da paralisação de 24h. E mesmo nos locais onde a proposta de paralisação de 24h não foi aprovada, sabemos que isso não se deu por apoio ao Plano de Funções.
 
O que ocorreu foi que muitos colegas sentiram-se intimidados e confusos sobre o caráter da paralisação, já que desde o governo FHC não assistíamos a tamanho assédio dentro do BB contra um movimento grevista. Neste governo, dito dos trabalhadores, fala-se formalmente no direito de greve, mas, na prática, faz-se de tudo para acuar e impedir que exerçamos o direito de questionar.
 
Aqui no Rio de Janeiro, apesar da ameaça do 308 e da tentativa do Banco de conseguir na Justiça o interdito proibitório, o prédio do Sedan e praticamente todas as agências de rua do Centro estavam paralisadas. Além disso, houve a adesão espontânea de vários colegas das agências de bairro, fazendo com que muitas delas ficassem fechadas.
 
Sem dúvida, a nossa paralisação não foi suficiente para derrotar os ataques do Plano de Funções. Para isso, a direção da CONTRAF/CUT terá que organizar o movimento pela base, em cada local de trabalho, papel que não cumpriu antes dessa paralisação. E, acima de tudo, devemos valorizar fóruns da categoria, como assembleias, que são espaços de deliberação.
 
Nós, da Oposição Bancária, vamos lutar para aprofundar a resistência ao plano, incluindo as iniciativas jurídicas. O Congresso Nacional dos Funcionários do BB, que acontecerá entre os dias 17 e 19 de maio, será um momento privilegiado, onde vamos propor a aprovação de um plano de luta nacional e de algumas iniciativas jurídicas que envolvam o conjunto dos Sindicatos do país.
 
Vamos defender também que, nacionalmente, se realize uma campanha de rua junto à opinião pública, denunciando os abusos que o Banco está cometendo.
 
Por último, precisamos exigir que as direções dos Sindicatos adotem medidas judiciais para forçar a reclassificação do código 308 para falta greve, decorrente das duas paralisações de 24 horas (a primeira de 07/03 feita pelos funcionários de São Paulo). A direção do Sindicato do Rio manifestou acordo com essa proposta na assembleia e, agora, precisa encaminhá-la. Fizemos greve e cumprimos todas as exigências legais. E, como o próprio normativo do banco afirma, o ponto eletrônico deve refletir a realidade.

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